A notícia lida na calma domingueira possivelmente vai suscitar exclamações do tipo “ formidável “, “ que maravilha”, “agora sim”, etc...
Sem querer perturbar os prazeres do Domingo, lanço esta questão : será mesmo assim ?...
Será que o futuro vai ser formidável, será que vai ser maravilhoso, com a esperança de vida a aumentar da forma como está a aumentar actualmente ?
Claro que pode ser maravilhoso vivermos, pelo menos, mais 25 anos do que o que poderíamos esperar. Mas, teremos condições para isso ?
Este, certamente, será um tema interessante para ser desenvolvido pelos sociólogos e pelos filósofos que frequentam este blogue.
Mas o vulgar dos mortais, depois de lhe passar a alegria de verificar que pode viver mais uns anitos, apesar dos seus raciocínios não serem muito elaborados, não poderá evitar de ficar inquieto quando no seu espírito começarem a surgir certas dúvidas.
Se as pessoas vão estar mais 25 anos a receberem pensões, como vai ser, então, com as reformas ?
Como reagirá o nosso sistema de segurança social se com uma esperança de vida de 75 anos já abanou e não nos dá nenhuma garantia de que dentro de 20 anos as pensões de reforma possam ser pagas ?
Como vai funcionar o mercado de trabalho ?
Para evitar o pagamento de pensões em prazos tão dilatados, aos governos só restará aumentar a idade da reforma.
Mas se se aumentar a idade da reforma as necessidades do mercado de trabalho irão diminuir e os jovens terão maior dificuldade em conseguir emprego.
A quantidade de pensionistas aumentará e a de desempregados também.
Como se vai conciliar estes dois vectores ?
É hora de os políticos acordarem e começarem a mostrar do que são capazes e dedicarem o tempo que hoje perdem a discutir o sexo dos anjos à estruturação do futuro dos nossos filhos.
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